Renda Fixa x Variável: conheças os produtos de cada categoria
Aprender os conceitos de renda fixa e variável é o primeiro passo para montar sua estratégia de investimento.
Nos últimos anos, o setor de investimentos tem atraído cada vez mais pessoas interessadas em aumentarem ou, mesmo, em manterem o valor de seus patrimônios.
Se antes, o senso comum acreditava que a melhor forma de preservar o valor do dinheiro era mantendo-o guardado. Hoje, até mesmo aqueles que se consideram leigos sobre o assunto sabem que essa atitude, além de minar o poder de compra, pode trazer prejuízos no futuro.
Isso porque existem outros fatores atrelados, como possíveis mudanças no cenário econômico, imprevistos de ordem pessoal ou até mesmo alteração no custo e padrão de vida.
Por isso, o ideal para aqueles que desejam ter segurança e autonomia financeira para realizarem seus sonhos, é aliar o hábito de investimento ao de poupança.
Mas, vá com calma! Antes de começar a investir é imprescindível entender alguns conceitos sobre as aplicações disponíveis no mercado. Entender o que significa renda fixa e renda variável, assim como definir o perfil investidor, é o primeiro passo dessa jornada.
Pensando nisso, preparamos esse post para esclarecer de vez o que é renda fixa e variável e quais são as opções disponíveis em cada uma dessas categorias de investimento.
Também separamos uma dica primordial para aumentar suas chances de sucesso na hora de montar sua carteira de investimentos. Confira os tópicos que surgirão ao longo deste conteúdo:
Renda variável: o que é?
Tipos de investimento de renda variável
Renda fixa: o que é?
Principais produtos de investimento em renda fixa
Renda fixa é retorno garantido?
Renda fixa x Renda variável: em qual investir?
Preparado(a) para adquirir este conhecimento? Continue a leitura e confira!
Renda Variável, o que é?
Os investimentos de renda variável são aqueles que não apresentam um índice de rentabilidade fixo no momento da contratação. Costumam ser investimentos de maior risco, nos quais a rentabilidade varia conforme o mercado.
Tipos de investimentos de renda variável:
Ações
As ações representam direito sobre os ativos e lucros de uma empresa. Isso significa que o investidor que adquire uma ação se torna sócio daquele negócio, passando a participar dos lucros e prejuízos, estando exposto aos riscos como qualquer empresário.
Contratos futuros
Contrato futuro é um tipo derivativo de contrato negociado através da Bolsa de Valores, que também age como reguladora das operações. Esses contratos são referentes a compra e venda de um determinado produto ou moeda.
Através do contrato futuro, vendedor e comprador se comprometem a negociarem determinada quantidade, seja do ativo financeiro ou ativo real (bens tangíveis), em uma data futura.
Opções
Opções são contratos que dão ao titular, por um período determinado, o direito de compra ou venda de um ativo por um preço fixado, seja ele de exercício ou strike. Esses instrumentos são negociados no mercado financeiro. Trata-se de um tipo de derivativo, já que o preço de uma opção “deriva” do preço do ativo a que ela está atrelada.
ETFs
ETF é a sigla para Exchange Traded Funds e significa fundos negociados em bolsa. Esses instrumentos financeiros, também chamados de fundo de índices, seguem a variação de um índice de referência, como o Ibovespa.
Aqui, os investidores aplicam seus recursos em conjunto. As cotas são negociadas no pregão da bolsa de valores como se fossem ações.
Commodities
Commodities são bens de consumo facilmente intercambiáveis e amplamente negociados no mercado doméstico e mundial. As negociações destes insumos são realizadas através de contratos futuros e opções na bolsa de valores.
Basicamente, as commodities são classificadas em: agrícolas (soja e trigo); mineral (ouro e ferro); financeiro (índices e moedas) e recursos energéticos (etanol e petróleo).
O Brasil é um dos maiores produtores de commodities do mundo. Por isso exerce grande influência sobre os preços praticados nos demais países.
Câmbio
A operação de câmbio é uma operação de troca de uma moeda por outra. Investidores que utilizam essas operações obtêm lucro a partir do acompanhamento da variação das taxas de câmbio.
As principais operações de câmbio envolvem turismo, importação e exportação, e remessas pessoais.
O mercado de câmbio é composto por dois segmentos:
• Primário: referente a entradas e saídas de modas estrangeiras feitas por importadores, exportadores e turistas.
• Secundário: acontece por meio de bancos autorizados pelo Banco Central para operar com o câmbio.
Fundo Imobiliários (FIIs)
Um fundo imobiliário é uma espécie de “condomínio” de investidores. Normalmente, os ativos adquiridos são os próprios empreendimentos imobiliários em si, como prédios e edifícios comerciais.
A forma mais tradicional de operação é utilizar o dinheiro na construção ou na aquisição de imóveis, que depois sejam locados ou arrendados. Os ganhos obtidos com essas operações são divididos entre os participantes, na proporção em que cada um aplicou.
Fundos de investimento
O Fundo de Investimento é uma modalidade de aplicação coletiva, ou seja, é um produto que reúne o dinheiro de diversos investidores (cotistas) para contratar um gestor que cuide da verba ali investida. Esses valores são administrados por uma gestora e investidos em outros produtos, que variam conforme o tipo do fundo e proposta.
A gestora tem o poder de reinvestir a quantia nos títulos e produtos, repassando os lucros e rentabilidade a todas as pessoas que aplicaram algum valor nele. O volume de lucratividade dependerá do número de cotas que cada investidor possui.
Criptomoedas
As criptomoedas são moedas digitais descentralizadas, criadas em uma rede blockchain a partir de sistemas avançados de criptografia que protegem as transações, suas informações e os dados de quem transaciona.
São códigos difíceis de quebrar e que garantem que as transações sejam muito mais seguras. Sua função é, basicamente, permitir transações de compra e venda de bens e serviços.
Diferente do real e do dólar, elas só existem no mundo digital e são criadas por sistemas computacionais descentralizados. As criptomoedas são independentes de qualquer tipo de Banco Central e possuem custo zero de transação.
Renda fixa: o que é?
Investimentos de renda fixa são aqueles em que o cálculo da remuneração é previamente definido desde o momento da aplicação. Neste tipo de transação, todas as condições, como prazos, taxas, índices de referência e detalhes quanto à negociação dos papéis, são acertadas desde o início.
Isso significa que, quem compra um título de renda fixa está na verdade “emprestando” dinheiro para alguém. Em troca, o investidor espera receber o valor aplicado de volta no futuro, acrescido de juros que são a remuneração pelo tempo em que o recurso ficou emprestado.
Os investimentos de renda fixa são considerados investimentos mais seguros, sendo indicados para investidores com perfil conservador. Esses títulos podem ser:
Pré-fixados: traz o valor da rentabilidade, indicando a porcentagem dos ganhos no momento do resgate;
Pós-fixados: nesse caso, o título é atrelado a um índice, como a Selic, IPCA ou o CDI;
Híbridos: ele mistura as características dos pré e pós-fixados.
Principais produtos de investimento em renda fixa:
1. Títulos Públicos
Os chamados títulos públicos são papéis emitidos pelo Tesouro Nacional, que representam uma forma de financiar a dívida pública. Eles permitem que os investidores emprestem dinheiro para o governo, recebendo em troca uma determinada rentabilidade.
2. Poupança
A Poupança é o tipo de investimento considerado mais tradicional, sendo uma aplicação de renda fixa simples e acessível para todo mundo. Quase todos os bancos comerciais oferecem essa modalidade de investimento, que é o mais indicado para investidores muito conservadores, que não estão dispostos a correr nenhum risco.
Vale destacar que a poupança é um dos piores investimentos a se fazer em questão de rentabilidade do mercado.
3. CDBs
O CDB é a sigla para o Certificado de Depósito Bancário. Esse é um investimento de renda fixa emitido pelos bancos.
Esse certificado funciona como um empréstimo do dinheiro para a instituição bancária. Em troca, o investidor receberá uma taxa de rentabilidade, que é definida no momento da compra.
4. Debêntures
Debêntures são títulos de dívidas de empresas que podem ser adquiridas como investimentos em troca de uma remuneração previamente combinada. Ou seja, por meio deste título o investidor empresta dinheiro para empresas.
Essas companhias pagam juros maiores do que instituições financeiras oferecem. Isso faz com que a debênture apresente rentabilidade superior a muitos investimentos de renda fixa.
5. LCI e LCA
Nos investimentos LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito Agropecuário) os investidores emprestam dinheiro para as instituições financeiras utilizarem no ramo imobiliário ou agropecuário.
A diferença entre LCI e LCA fica em termos de utilização por parte da instituição financeira. Pois, o mecanismo de aplicação, remuneração, e resgate é praticamente o mesmo para quem vai investir.
6. CRI e CRA
O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) é um produto de investimento que funciona de forma simples: trata-se de um título de renda fixa que representa a promessa de um pagamento futuro referente a imóveis.
Os CRIs são definidos como pedaços da dívida que podem ser comprados por investidores. Quem compra o CRI está ajudando a financiar o imóvel ao antecipar o valor que será recebido mais à frente com acréscimo de juros.
O Certificado de Recebíveis do Agronegócio (ou CRA) funciona basicamente da mesma forma que o CRI. A diferença está no setor, já que o CRA é um título de renda fixa referente ao setor do agronegócio.
Renda fixa é retorno garantido?
Na hora de fazer a escolha sobre qual tipo de renda investir, muitos investidores acabam se deixando levar pela nomenclatura e pelo medo de perder dinheiro, enxergando possibilidades apenas na renda fixa por acreditarem que, diferente da renda variável, está trará uma garantia de cem por cento de retorno.
De fato, a renda fixa te dá sim mais segurança e certa previsibilidade de retorno. Mas é importante pontuar que ela não está imune de riscos e não é sinônimo de retorno garantido.
Esses investimentos também estão sujeitos a riscos, tanto de crédito quanto de mercado. A depender da situação, por exemplo, o valor de um papel pode variar tanto quanto o de uma ação.
Renda fixa x Renda variável: em qual investir?
Se você chegou até aqui, já percebeu que existem benefícios tanto nos investimentos de renda fixa quanto nos de renda variável. Na hora da escolha, é recomendado que o investidor leve em conta seu perfil, bem como os riscos que se dispõe a assumir e a etapa que se encontra.
Já analisou os pontos, mas continua em dúvida? Tem um perfil conservador, mas gostaria de arriscar parte do patrimônio? Aqui vai uma dica para aumentar suas chances de retorno: invista nas duas categorias. Você não precisa escolher apenas uma. Inclusive, não é o recomendado.
Depender de apenas um tipo de ativo é mais arriscado. No mercado financeiro existe uma máxima que deve ser levada como um guia para investidores que buscam sucesso; “Nunca coloque todos os ovos na mesma cesta”.
Traduzindo para um contexto prático, procure diversificar sua carteira de investimentos. Assim, você terá a possibilidade de ter uma rentabilidade maior sem assumir tanto risco. Na diversificação, um ativo acaba por compensar o outro.
Contudo, é preciso identificar seu perfil de investidor antes de dar início a diversificação. Ele é quem deve te direcionar para quais produtos e quanto investir em cada ativo. Além disso, o quanto você tem disponível para investir também irá influenciar na composição da sua carteira.
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