Na hora de investir na renda fixa, não é preciso se limitar aos títulos públicos ou às aplicações emitidas por bancos. Além dessas opções, existem os investimentos de uma categoria que é conhecida como crédito privado.
Essa é uma alternativa composta por investimentos com diferentes características de risco e rendimento. Por isso, antes de pensar na alocação de recursos, vale a pena saber como a opção funciona e como ela pode ser benéfica.
Neste artigo, você entenderá o que é o crédito privado e saberá quais são seus principais destaques. Confira!
O que é crédito privado?
Como você viu, o crédito privado é uma classificação da renda fixa que reúne títulos privados emitidos por empresas e instituições privadas não bancárias. Ele se caracteriza por ter riscos um pouco maiores que os títulos públicos e outros.
Quanto ao funcionamento, é o básico da renda fixa. Ou seja, ele se baseia na emissão de títulos por parte de instituições que desejam captar recursos. Em troca, as emissoras pagam uma rentabilidade com lógica e prazo predefinidos.
Isso tende a ser vantajoso para os negócios, que gastam menos para captar recursos do que ao tomar crédito junto ao banco. Para os investidores, também há vantagens, com a chance de rentabilizar os recursos.
Quais são os principais tipos de crédito privado?
Na hora de investir no crédito privado, vale saber que existem 3 tipos principais de investimentos. Veja quais são eles!
Debêntures
As debêntures são títulos de dívidas emitidos por empresas. A rentabilidade, assim como em toda a classe de renda fixa, pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida. Quanto aos prazos, as debêntures costumam ter vencimento médio a partir de 5 anos, com baixa liquidez.
Há diversos títulos desse tipo e, entre as possibilidades, estão as debêntures incentivadas. Elas são emitidas por empresas e projetos ligados ao setor de infraestrutura — e recebem esse nome porque têm como incentivo fiscal a isenção de Imposto de Renda.
CRI e CRA
O crédito privado também é formado pelos certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs). Eles são emitidos por securitizadoras, que são empresas do setor financeiro que antecipam recebíveis para outros negócios.
Em troca, a securitizadora adquire os direitos creditórios. Assim, ela se torna a responsável por receber os pagamentos dos clientes. Nesse caso, a securitizadora empacota os direitos creditórios na forma de títulos e os oferece no mercado.
Assim como as debêntures, esses certificados costumam ter prazos maiores com baixa liquidez. E como os títulos estão ligados aos setores específicos, há a vantagem de isenção de IR para pessoas físicas
FIDC
Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) são modalidades financeiras que funcionam de modo coletivo. Os investidores adquirem cotas de participação e os recursos do fundo são movimentados por um gestor profissional, de acordo com a estratégia definida.
No caso dos FIDCs, o foco está na aquisição de direitos creditórios. Entre eles, estão cheques, duplicatas, notas promissórias e outros instrumentos. Dessa forma, o fundo passa a receber os recursos que serão pagos pelos clientes (sacados) das empresas (cedentes) que vendem os direitos creditórios.
A tributação, nesse caso, segue a tabela regressiva de Imposto de Renda. Portanto, a alíquota varia de 22,5% a 15%, dependendo do tempo de alocação.
Por que eles se tornam mais interessantes com a Selic em alta?
Como o crédito privado faz parte da renda fixa, é natural que ele seja impactado pelas movimentações da Selic. Afinal, essa é a taxa básica de juros da economia e que interfere, direta ou indiretamente, nos diferentes tipos de investimento da classe.
Quando ocorre a queda de juros, por exemplo, a tendência é que o rendimento da renda fixa seja menor. O contrário também é verdadeiro — em especial no crédito privado.
Isso acontece porque, com o aumento da Selic e com as perspectivas de crescimento, há a chamada abertura da curva de juros. Ou seja, a perspectiva é de elevação no futuro, o que tende a ampliar o rendimento.
No crédito privado, isso pode significar um spread maior. O spread é dado pela diferença entre o que a emissora de título oferece e a taxa de referência do mercado. Com o crescimento da Selic, e para compensar os riscos maiores, a tendência é que haja aumento do retorno no crédito privado.
Quais são as vantagens do crédito privado?
Após saber o que é o crédito privado, vale a pena entender por que ele pode ser vantajoso. Ao escolher títulos privados ou um fundo de crédito privado, o potencial de ganhos é maior que o da renda fixa tradicional.
Isso ocorre porque os títulos podem ter risco um pouco maior. Logo, os juros precisam compensar. Sendo assim, você tem a chance de ter melhores rendimentos, sem precisar abrir mão da previsibilidade da renda fixa. Isso pode favorecer o retorno da carteira com a diversificação de investimentos.
Quais são os pontos de atenção antes de investir?
Antes de considerar o investimento em crédito privado é preciso analisar os riscos e o alinhamento com as suas características. Em relação à segurança, um dos principais riscos de títulos desse tipo é o risco de crédito.
Ele envolve a possibilidade de a emissora não ser capaz de cumprir o pagamento. Ao contrário de outros investimentos da renda fixa, a categoria não tem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Também é importante analisar o seu perfil de investidor e os seus objetivos financeiros ao decidir. Desse modo, você pode avaliar características como a menor liquidez e os prazos das aplicações.
Como investir em crédito privado?
Agora que você já sabe o que considerar, é o momento de conferir o passo a passo para investir em crédito privado. A primeira etapa é ter conta em uma instituição financeira, como uma corretora de valores. É por meio dela que você poderá fazer seus aportes — seja na renda fixa ou variável.
Além disso, é necessário definir os parâmetros de investimento, como o tipo de título de interesse e quanto será destinado ao investimento. Ao decidir esses aspectos, você deve acessar a plataforma de investimento da corretora, escolher o investimento de seu interesse e efetivar a alocação.
Como você pôde conferir, o crédito privado reúne investimentos de renda fixa que são emitidos de forma privada. Embora tenham mais riscos, também podem apresentar maior retorno. Então é necessário considerar seu perfil e seus objetivos para definir se vale a pena investir neles.
Quer conhecer quais são as oportunidades do crédito privado e tirar outras dúvidas? Entre em contato conosco da Nexgen Capital e conte com a nossa assessoria!